segunda-feira, 28 de maio de 2018

Nota sobre a greve dos caminhoneiros, Nougué e a inconsciência de certos católicos.


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O Brasil vive um caos político, moral, social, econômico poucas vezes vista em toda a sua história. Tomado por gangues políticas da pior espécie, o país sangra sob sua batuta, somada a desinformação gerada pela grande mídia que não quer que a população acorde e se una. 

A greve recente dos caminhoneiros é um momento importante para fazer uma análise geral do que está acontecendo com nosso país. No entanto, nos meios católicos, vige uma espécie de criticismo de origem claramente midiática contra a greve, vista por alguns elementos como agenda petista ou como mero egoísmo de classe dos motoristas. 

Este criticismo fica bem patente numa fala recente do professor Carlos Nougué que disse: 


O referido professor repete a lenga lenga jornalística de que tal greve seria responsável pelo caos mas, ora, o caos é anterior a mesma: 13 milhões de desempregados, violência urbana a níveis estratosféricos, trabalhadores que estão deixando de comprar o essencial para sobreviver com menos que o básico, indústrias paradas, lojas falidas, etc. Os caminhoneiros não visam o desabastecimento mas uma melhora do preço do diesel para desestrangular nossos transportes. De facto: não se pode fazer omeletes sem quebrar ovos. Que Nougué mostre- nos qual a façanha capaz de dar origem a uma omelete sem que se faça isso! Nougué inverte a realidade ao dizer que efeitos de uma crise geral são meios visados conscientemente. Inverte ainda mais quando fala de "país ainda mais falido" quando ignora que sem custeio de combustível e energia podemos parar. O país não pode se limitar a pagar dívidas: deve estimular crescimento ainda que o governo só possa fazer isso timidamente, é preciso voltar a investir, e a desoneração do diesel passa por isso; sem investimentos é que o pagamento da dívida ficará impossível. Há um caso recente que mostra que, sem subsídio a combustível, não há crescimento! A Malásia, que passou a subsidiar 30% da gasolina e do diesel, puxou seu recente crescimento assim. Nos últimos dois anos isso trouxe aumento dos gastos públicos mas, por outro lado, ajudou o país a reduzir sua dívida pública em dois bilhões ( https://pt.tradingeconomics.com/malaysia/government-debt-to-gdp) . Segundo o diretor da UHY, Eric Waidergorn, em pesquisa recente, “enquanto o governo da Malásia perde uma grande quantidade de dinheiro por ter um subsídio aos combustíveis, ele argumenta que faz tal contribuição para ajudar no crescimento do PIB do e que está disposto a aceitar a perda. Isso poderia ser um estímulo para o pensamento do governo brasileiro“. O preço dos combustíveis influencia diretamente o custo dos bens de consumo e alimentos no Brasil, uma vez que 60% da produção industrial nacional é transportada por rodovias.

Mesmo que a gestão da dívida seja posta em primeiro plano há que dizer que o Brasil só retomará investimentos puxando a produção. E isso só com subsídio do Estado, já ensinava Keynes. Numa crise as forças de mercado tendem a estagnar a economia. Isso é facto histórico indiscutível. Com uma economia parada é que ninguém paga dívida nenhuma. A leitura dos factos é uma só: de um lado há quem defenda o neoliberalismo de Temer e seus preços flutuantes e doutro há quem queira a retomada do papel indutor do estado na economia, subsidiando uma área estratégica - dos transportes - levando o país a sair aos poucos da lógica perversa em que foi lançado a dois anos - sem nenhum resultado consistente na geração de empregos. A opção é entre ficar refém da dívida ou tentar ajustar aqui e ali para puxar a produção.

Sobre tal situação consideramos que a fala do amigo Lucas Muniz Hadade foi a melhor leitura do que está acontecendo agora: 

"Empresariado nacional e trabalhadores brasileiros VS Burocratas vendidos e especuladores internacionais

A greve dos caminhoneiros tem, obviamente, a articulação e o apoio das transportadoras, do patronato - por isso é tão eficiente. Tudo isso mostra que a cooperação entre classes é muito mais forte e intimidadora aos burocratas e especuladores internacionais que a "luta de classes" - não à toa essa última sempre foi fomentada pelo grande capital especulativo, vide a história das revoluções.

De um lado está a força produtiva nacional (transportadoras e caminhoneiros); do outro estão os burocratas e especuladores internacionais (políticos financiados por carteis bancários, agentes da usura que ganham dinheiro com juros e também precificando moedas e ações, gente que nada produz). Uns querem nossa petrolífera servindo a quem produz, a quem usa dos insumos produzidos para agregar valor transportando bens e prestando serviços; outros querem apenas o produto sendo vendido a preço de mercado internacional para que possam tirar dividendos de negociatas.

A grande mídia, em especial a Globo, já divulgou uma notícia falsa que houve acordo, quando não houve. Já há colunistas criticando a participação da classe patronal chamando tudo de "locaute". Pois eu digo que o empresariado brasileiro do setor de transporte e seus funcionários estão de parabéns por darem aula do que a cooperação entre classes pode fazer.

Escolham seus lados."


Alguns católicos que fizeram críticas a esta greve devem lembrar do Solidariedade da Polônia que em 1989 parou o país por meses, fechando inclusive linhas férreas, montando milícias operárias e tudo com apoio de João Paulo II. O governo ficou tão desesperado que teve cortar as linhas telefônicas para impedir a articulação. Devem lembrar também dos Cristeros que, sob a liderança do padre Vega, mataram 51 civis dum comboio do governo; devem se lembrar de Victoriano Ramirez, um dos chefes Cristeros, que matou 14 sujeitos que haviam sido contratados para matá-lo. A brigada Cristera de Zapopan roubava armas, provisões e dinheiro para suster a frente de batalha. Assim como não há maquiavelismo algum aí,  não teve maquiavelismo algum na greve dos caminhoneiros. Eles deixaram passar caminhão que visava forças armadas, hospitais e serviços essenciais. A pauta do diesel - pouco interessa agora se ela de início foi uma pauta só de uma classe ou não - mostrou sua capacidade de unir pessoas de diversas classes numa unidade nacional contra três inimigos: o governo Temer, o legado petista e o globalismo financeiro. Evidente que a mídia não poderia deixar isto acontecer. Ela precisava inventar que agora vai faltar comida - como se estivéssemos comprando tudo a preço baixo e como se todo mundo não tenha deixado de comprar muita coisa nestes últimos anos - e que o caos se instalará como se 13 milhões de desempregados já não fosse o caos. Infelizmente - aí sim infelizmente - muitos católicos se deixaram levar por este discurso mentiroso e farsesco da mídia. 


O advogado Roberto Cavalcanti, deu, a nosso ver a melhor caracterização deste cenário midiático: 

"Na mídia corporativa entra em cena o ingrediente emocional: falta de medicamentos, carências nos hospitais, tudo, enfim, por causa do movimento dos caminhoneiros. Porém, nada disso é novidade na estrutura da saúde pública de nosso país. Eu reforço, então, com um solene "CENSURADO"! O movimento deve continuar a estrangular a população, conduzindo-a não contra o caminhoneiro, mas contra o verdadeiro inimigo: o Governo Federal. Deve ser declarada GUERRA TOTAL ao Governo Federal, e em todo tipo de GUERRA o elemento "SACRIFÍCIO" é FUNDAMENTAL. Em toda GUERRA há baixas, e essa GUERRA é legítima! Este sacrifício, aliás, nos ELEVA como seres humanos. A cultura de paz, que é o que a Rede Globo mais quer, nos torna passivos e auto-suficientes. A cultura de guerra fomenta um comportamento ativo e solidário entre membros de um mesmo povo, a ponto de nos vermos como elos de uma mesma cadeia."


Senhor Nougué! Não é maquiavelismo! É sacrifício em prol dum bem maior. 

terça-feira, 15 de maio de 2018

Por que o valor da missa depende da santidade do papa reinante?

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Francisco buscando união com falsas religiões. Isso afeta e reduz os frutos da missa resultando em menor santidade para todo o corpo da Igreja. 




Caros leitores, é importante que, sobre a santa missa façamos a distinção entre o sacrifício redentor e os frutos dele na vida pessoal de cada fiel. Sabemos que a missa é o único sacrifício de Cristo, perpetuado e perenizado na história humana através da qual chegam aos indivíduos particulares as graças da salvação. Na cruz, Cristo alcançou um mérito infinito diante do Pai: pela sua obediência até o fim conquistou a expiação dos pecados, de todos os pecados de todos os homens. Eis a redenção no seu aspecto objetivo! A missa, neste sentido é a aplicação destes méritos aos que participam dela. Eis a redenção no seu aspecto subjetivo! É aí que entra a questão dos frutos da missa. Uma missa mais bem celebrada, segundo o espírito da Igreja e as normas do culto, produz mais frutos pois é mais sacral e, portanto, mais agradável a Deus. Embora o sacrifício de Cristo que é apresentado na missa ao Pai seja um sacrifício de suave odor, pelo qual nos descem as bençãos celestes, a atitude dos fiéis e a santidade dos clérigos pode contribuir para uma maior ou menor abertura espiritual a tais graças e, consequentemente, para a produção de frutos de santidade maiores. 

Na missa nos associamos a  Nosso Senhor Jesus Cristo que se oferta ao Pai; quanto maior nossa devoção, nosso espírito contrito e penitente, nossa santidade pessoal, maiores os frutos para nós, individualmente tomados. Isso quanto aos fiéis. Mas e quanto ao clero?  Segundo o teólogo La Taille os frutos da missa são maiores para a toda a Igreja quando o Papa é mais santo, quando os bispos são mais santos, quando os padres são mais santos. Um mau papa, um mau episcopado, um mau padre, reduzem os frutos adicionais da missa; mas se temos um Papa santo, os frutos da missa são mais abundantes, resultando numa maior santificação geral; vejamos o que diz La Taille:

"O valor da missa é dependente da maior ou menor santidade do papa reinante, dos bispos e do clero pelo mundo. Quanto mais santa é a Igreja em seus membros, especialmente o papa e o episcopado, mais agradável tem de ser o seu sacrifício aos olhos de Deus ( ...) Com Cristo e a Igreja o sacerdote celebrante é associado em terceiro lugar, ele que é representante por meio de quem Cristo oferta o sacrifício. Se for um homem de grande devoção pessoal, santidade e pureza, isto resultará em frutos adicionais, que o beneficiarão e aqueles em favor de quem oferece a missa. Por isso os fiéis, são guiados por um instinto saudável quando preferem ter a missa celebrada por um sacerdote correto e santo em vez de por outro de menor dignidade (...) Em quarto lugar, devem ser mencionados aqueles que tomam parte ativa no sacrifício da missa, por exemplo, acólitos, sacristãos, organistas, cantores e finalmente a congregação dos fiéis". In: M. de La Taille. The mistery of faith. Vol.  II. Londres, 1950. Tese XXVI, p. 914-915.  


Não estaria aí, senhores, a resposta para o baixo nível dos católicos de hoje, que não dão frutos de vida cristã, santidade, verdade e fé? Afinal os últimos papas, além de não terem sido santos foram verdadeiros comprometedores do bem comum da Igreja, deixando-a a mercê de hereges e heresias e da corrupção da missa, entrando em diálogos com falsas religiões, desviando-se por palavras e atos, da fé de sempre ao favorecer ecumenismos, aberturas e diálogos com o mundo, liberdades modernas, etc, o que resultou num estímulo geral para a lassidão moral que vemos pulular hoje entre os fiéis e até entre o clero. 

Que Deus nos ajude e suscite um clero santo!